Compreender a vida é uma tarefa inútil, aceitar a morte é uma tarefa quase impossível, mas mais dia menos dia, tudo passa e tudo passará. Dia difícil, de perda, de reflexão. Pensando que amar é quase sobrehumano, como diz a música. Mas é preciso. É preciso parar de buscar em outro lugar o que a gente tem aqui mesmo e aceitar o que a gente tem.

Eu me canso de mim mesma, muito mesmo, mas não posso desistir. Acho que não mereço muita coisa, e ao mesmo tempo acho que eu mereço muito, muito mais. Mas eu sou um leão, eu sou forte, eu choro alto, eu soluço, mas eu continuo. Às vezes, acho que sou como um cavalo enlouquecido, desgovernado e o cavaleiro perdeu as rédeas. Não consigo me controlar e quando eu vejo fui eu mesma, eu novamente, sempre eu. Mas a verdade é que eu sou eu e não me vejo sendo outra, por mais doloroso que isso seja, prá mim e pros outros.

Mas eu tenho estofo, eu tenho dentro de mim, uma pessoa que mesmo tremendo desesperadamente faz o que tem que ser feito, pro bem e pro mal. Isso eu sei de mim. E tem muita gente que na hora salta de lado. Eu sei que assusto os outros, sou de dar medo, pois tenham medo mesmo seus covardes. Porque eu estou aqui inteira, de carne de osso, sou gente de verdade. Não sou uma fantasia, não tapo sol com peneira.

O que eu preciso é focalizar quem eu sou de verdade e buscar meu caminho, estou vivendo muito ao Deus dará, me deixando levar pela corrente, que está a meu favor, mas uma hora vira e eu fico sem nada.