Sem tempo, irmão

No durante e no pós pandemia, uma constante: cansaço. Sentimento que se acomodou dentro de mim e se confunde com a apatia.

Sem dramas, ignoro meu coração. As batidas, antes descontroladas, agora seguem num motocontínuo. Nada mais parece ser capaz de alterá-las. Seguem e nada acelera ou retarda o seu ritmo.

Travesseiro seco, sem manchas de lágrimas. Não me decepciono, nada me abala. Tudo previsto no enredo dessa vida que se encaminha pra metade final, ou melhor: o terço final.

O que me segura aqui se arrasta numa rotina que não suporto, mas que me vai deixar um vazio tão grande que inevitavelmente serei tragada para dentro.

A minha promessa não se cumpriu a tempo. Era fogo de palha e agora só sobraram as cinzas.

O tempo e o vento vão se encarregando de espalhar. Eu mesma, sem tempo, irmão.

Deixe uma resposta